sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Bombom com sorvete


Depois de um dia duro de trabalho, ela chegou em casa e da porta já foi se despindo. Aquela água em seu corpo era como uma massagem maravilhosa, deixou que caísse vigorosamente enquanto pensava como seria bom se naquele momento as mãos fortes dele estivesse-lhe espalhando toda aquela espuma. Ao sair do banho enquanto passava um hidratante, fechava os olhos e se acariciava, um milhão de ideias lhe vinham a cabeça as lembranças daquela noite estavam muito vivas, poderia até ouvir sua voz baixinha sussurrando em seus ouvidos.
Ele tinha uma malandragem carinhosa, uma pegada forte, era audacioso, explicito em seus desejos e se tudo isto não bastasse, vinha uma embalagem tipo exportação: Lindo!! Quando se deu conta, já estava morrendo de desejo, manipulava com seus dedos o corpo tão solitário.
Desistiu de resistir, ajeitou os cabelos molhados, perfumou-se, vestiu um lindo salto e sobre a pele nua apenas um casaco. Antes de sair passou pela cozinha a procura de um vinho. Nada! Olhou a geladeira, queria alguma coisa que pudesse servir de pretexto para aquela visita extraordinária, “Talvez uma cerveja?” mas acabou optando maliciosamente por um sorvete, e foi.
Já na porta do prédio, pediu pra ser anunciada, diverti-se com a cara do segurança que intrigado, deveria estar pensando: "Quem é essa louca de casacos numa noite tão quente?", E ele estava certo!
Subiu e encontrou uma porta aberta, “Deve ser aqui – pensou”. De lá, vinha apenas à luz de uma tv ligada, o coração parecia que ia sair pela boca. Maquinava em sua cabeça uma desculpa...”Vou dizer que estava precisando relaxar! Não! Vou dizer que estava passando por perto. Nua? ...Vou dizer que estava morrendo de vontade dele e pronto!” Entrou. Ele a esperava, estava em pé do outro lado da sala, olhou sorrindo e ela fechando a porta não precisou dizer nada. Fixou seus olhos nele, chegou perto e o beijou docemente.
Dirigiu seus passos até um tapete que encontrou ali, ele entendeu e deitou-se, ainda na direção da cena, ela deixou seu casaco cair, o fez ficar de bruços, abriu o sorvete, e com seus próprios dedos apanhou uma pequena porção, fez com que ele provasse, apanhou mais uma porção, desta vez foi colocando sobre a pele dele, primeiro em seus tornozelos em seguida o lambeu, depois em suas panturrilhas... e foi assim que de centímetro em centímetro, pôde ir saboreando suas coxas, virilhas, cóccix... cada porção gelada que depositava em seu corpo vinha com a promessa de limpeza com sua boca quente, de quando em quando soltava um pequeno sopro e fazia com que aquele “bombom” se arrepiasse, gemesse e bendissesse aquela maldade.
Demorou o quanto quis, já que com seu peso o deixava refém naquela posição, até que chegando a sua nuca, ela quis beijá-lo facilitando para que ele se virasse, beijaram-se gulosamente, seus corpos já suados ela trocou de tática, agora o sorvete ia direto pra sua boca que gelada dava choques no corpo quente dele. Desceu por seu pescoço deleitando-se em seu peito largo, agora chupava e mordiscava seu abdômen, umbigo sem nunca se esquecer de gelar a boca antes.
Ele pediu clemência, mas foi ignorado, até que ela voltou a beijá-lo doce e submissa. Ele a fez ficar de joelhos, posicionou-se e agarrando-a pelos quadris, beijava as costas úmidas de suor, enquanto apressava os movimentos de entrada e saída do seu corpo, acelerou o ritmo, até que, em delírio, entregaram-se. Ele a abraçou ainda com o sexo dentro do dela, beijando-a na nuca. Saiu do seu corpo, virando-se e, depositando beijos por todo o seu rosto, terminando nos lábios que beijou várias vezes.
Naquela noite, além dos sussurros e gemidos de desejo do prazer alcançado, ele não ouviu a sua voz em momento algum.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A Carta que espero

Quando a gente se encontrar esteja pronta para tudo ou não terá nada. Esteja preparada para uma guerra ou vai viver dias eternos de paz bem longe mim. Saiba que estou falando sério e não costumo mentir, eu gosto de você, mas tenho minhas exigências para que você possa penetrar no meu mundo.
Não sou santo e nem pretendo fazer gênero ou fingir ser o que não sou, sinceridade é o meu lema e sou franco e direto para que entre nós não fiquem dúvidas do quanto eu gosto de você mas ao mesmo tempo você tem que fazer por merecer, para me ter por inteiro.
Não fantasie que eu serei só seu, pois não sou monogâmico e nem sonho com isso, mas pelo tempo em que estivermos juntos eu lhe prometo tudo o que quiser, imaginar ou ousar pedir, vou lhe tornar rainha do meu reino e escrava do seu rei. Terás carinho, amor e proteção. Terás sexo, prazer e gozo.
Não lhe darei o céu, mas posso te levar ao inferno se ousar me trair ou pensar se quer apenas uma vez nessa possibilidade. Não sou possessivo e nem te quero para sempre ao meu lado, mas quero que enquanto for minha, que seja apenas minha e de mais ninguém. Nem em pensamento.
Serei teu homem e você minha mulher e para isso, para ser merecedora de tal honraria, tem que estar sempre pronta para mim e disposta a meus caprichos. Serás meu capacho e fará de tudo o que eu mandar sem reclamar e nem questionar, pois você me quer e sabe que para me ter, tem apenas que me servir do jeito que eu quiser e na hora e da maneira que eu desejar.
Esteja linda e sem nada por baixo, que quando você menos esperar, eu apareço para lhe tomar em meus braços e fazer feliz!
Autor Desconhecido

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

TER OU NÃO TER NAMORADO, EIS A QUESTÃO


Quem não tem namorado é alguém que tirou férias remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabira, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas namorado mesmo é muito difícil.

Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio, e quase desmaia pedindo proteção. A proteção dele não precisa ser parruda ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.

Quem não tem namorado não é quem não tem amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento, dois amantes e um esposo; mesmo assim pode não ter nenhum namorado. Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche da padaria ou drible no trabalho.

Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar lagartixa e quem ama sem alegria.

Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade, ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de curar.

Não tem namorado quem não sabe dar o valor de mãos dadas, de carinho escondido na hora que passa o filme, da flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque, lida bem devagar, de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada, de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia, ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo, tapete mágico ou foguete interplanetário.

Não tem namorado quem não gosta de dormir, fazer sesta abraçado, fazer compra junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele; abobalhados de alegria pela lucidez do amor.

Não tem namorado quem não redescobre a criança e a do amado e vai com ela a parques, fliperamas, beira d'água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.

Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu bem ser paquerado. Não tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir quem curte sem aprofundar. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.

Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.

Não tem namorado que confunde solidão com ficar sozinho e em paz. Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.

Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando 200Kg de grilos e de medos. Ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesma e descubra o próprio jardim.

Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenção de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteio.

Se você não tem namorado é porque não enlouqueceu aquele pouquinho necessário para fazer a vida parar e, de repente, parecer que faz sentido.

PROMESSAS MATRIMONIAIS


Em maio de 98, escrevi um texto em que afirmava que achava bonito o ritual do casamento na igreja, com seus vestidos brancos e tapetes vermelhos, mas que a única coisa que me desagradava era o sermão do padre: "Promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-lhe e respeitando-lhe até que a morte os separe?" Acho simplista e um pouco fora da realidade. Dou aqui novas sugestões de sermões:

- Promete não deixar a paixão fazer de você uma pessoa controladora, e sim respeitar a individualidade do seu amado, lembrando sempre que ele não pertence a você e que está ao seu lado por livre e espontânea vontade?
- Promete saber ser amiga e ser amante, sabendo exatamente quando devem entrar em cena uma e outra, sem que isso lhe transforme numa pessoa de dupla identidade ou numa pessoa menos romântica?

- Promete fazer da passagem dos anos uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que não chegaram a se concretizar?

- Promete sentir prazer de estar com a pessoa que você escolheu e ser feliz ao lado dela pelo simples fato de ela ser a pessoa que melhor conhece você e portanto a mais bem preparada para lhe ajudar, assim como você a ela?

- Promete se deixar conhecer?

- Promete que seguirá sendo uma pessoa gentil, carinhosa e educada, que não usará a rotina como desculpa para sua falta de humor?

- Promete que fará sexo sem pudores, que fará filhos por amor e por vontade, e não porque é o que esperam de você, e que os educará para serem independentes e bem informados sobre a realidade que os aguarda?

- Promete que não falará mal da pessoa com quem casou só para arrancar risadas dos outros?

- Promete que a palavra liberdade seguirá tendo a mesma importância que sempre teve na sua vida, que você saberá responsabilizar-se por si mesmo sem ficar escravizado pelo outro e que saberá lidar com sua própria solidão, que casamento algum elimina?

- Promete que será tão você mesmo quanto era minutos antes de entrar na igreja?

Sendo assim, declaro-os muito mais que marido e mulher: declaro-os maduros.

Artistas de Rua - Street Artists - Stand By Me...