sábado, 29 de outubro de 2011

Toda mulher gosta de apanhar. Todas não, só as normais. “Nelson Rodrigues”.


Depois de alguns dias nem nos lembramos mais o motivo, só sabemos que estamos magoados, que esperamos um pedido de desculpas. Está cada um pro seu lado, quando não há outro remédio e um assunto importante tem que ser resolvido tem sempre a opção do torpedo: “A conta vence hj”, “Sua mãe telefonou, retorna.” Ou ainda, “Dá pra pegar meu livro que está com sua amiga?”. Muitas vezes por impulso chegamos até a discar seu numero pra contar um fato engraçado ou nos voltamos pra fazer um comentário instintivamente esquecendo que estamos sem nos falar ainda.
No limite do saco cheio esperamos o momento propicio pra dar o bote e partir pra chantagem emocional: “Se você não tivesse feito aquilo, hoje eu certamente teria de lembrando...” ou “Da pra fazer o favor de desligar esta porcaria, não estou conseguindo me concentrar aqui., se o espírito do outro lado também estiver no limite é a hora do choque, falamos sem pensar, muitas vezes palavras que cortam o coração e que com certeza vamos nos arrepender de tê-las dito no dia seguinte.
Foi assim que começou... Período difícil eu muito irritada e ele também, cada um com seus problemas e por um motivo qualquer vem a discussão, as brigas, as cobranças, as ofensas, depois o arrependimento, a saudade e a raiva por sentir saudades, a vontade de voltar atrás e raiva de novo, a falta dos papos e mais raiva ainda. Eu perco a cabeça, tenho vontade de voar no seu pescoço, bater sua cabeça contra a parede que é pra ver se ele me entende...
Quando cheguei em casa ele não estava, mas a bagunça deixava claro que já tinha passado por ali, durante o tempo em que fazia as coisas voltarem pro seus lugares ia arquitetando e ensaiando tudo aquilo que precisava dizer, estava engasgada, tudo volta a cabeça nesta hora e a sede de vingança fica poderosa, o sangue ferve. Bastou ouvir as chaves na porta pra que eu começasse meu ataque de fúria, batendo portas, panelas, chutando algumas coisas que ainda estavam no caminho. Ele odeia isto, e não suportando a provocação vem tirar satisfações, eu retruco, mas ele insiste acha que está certo, não concorda comigo em nada, nossas palavras vão tomando um rumo perigoso, exaltados e já num tom muito mais alto que o normal, ele ironiza, percebo que se continuar falando certamente vou magoa-lo profundamente e tenho que moderar as palavras e me calar, isto me deixa louca, me sinto impotente, mas como posso magoar o homem que amo? tenho ódio de mim agora, num impulso avanço contra ele esmurrando seu peito, mas ao me ver tentando agredi-lo ri de mim e mobiliza meus dois braços com apenas uma mão me desafiando.
Com muito esforço consigo me soltar procurando em minha volta algo que possa atirar sobre ele e encontro: livros, cinzeiro, controle remoto até uma inocente almofada (faz me rir) nesta hora não importa, o que tiver a mão voa mesmo, como sou péssima na pontaria intensifico na quantidade, de cada dez objetos pelo menos dois acertam o alvo. Esquivando-se de tudo ele parte pra cima de mim enquanto me abaixo pra pegar qualquer outra coisa ele me segura, desta vez com força e com raiva, seus olhos se arregalam na intenção de me amedrontar, mas nada... Eu o encaro e continuo a me debater, meus pés estão livres ainda, tento vários pontapés com muita força, mas nenhum onde queria, ele continua tentando me mobilizar e por mais que seja forte, nesta hora é muito difícil, transtornado, me acerta um tapa na cara que me congela incrédula e me deixa mortificada, como pode? Este filho da puta me bateu, aos berros eu o chamo de covarde, olhando firme em seus olhos pergunto se ele agora se lembrou que é macho, porque a quinze durmo com uma “lady” e continuo dizendo que se ele fosse homem mesmo, ainda que brigados, instintivamente teria ao menos tentado me comer enquanto estivesse dormindo. Pude ver o ódio em seus olhos, ele nunca imaginou ouvir isto de mim. Sussurrou quase que babando de raiva “-Quem não é homem aqui?” No mesmo tom o encarei e repeti: “Vo-cê-não-é-ho-mem...”. Ele tomou distancia e me deu outro tapa na cara desta vez com muito mais força, e disse: “-Vou te mostrar quem não é homem.” Me jogou no chão, eu fiquei meio paralisada de medo, ele abriu suas calças e as deixou cair ate os joelhos, me puxou pelos cabelos com muita força e mandou que eu o chupasse, poderia machuca-lo se quisesse, mas na hora nem pensei nisto, estava amedrontada, nunca o tinha visto tão bravo, então obedeci e comecei a fazer um oral meio mecânico ele não satisfeito, me segurando muito forte pelos cabelos gritava comigo mandando que eu fizesse direito, com força e com mais vontade, ele estava mesmo me machucando e enquanto eu fazia o que me mandava, gritava comigo, dizia que eu era uma vadia e que ele não estava gostando, que se fosse mulher de verdade faria melhor, lhe chupei então como nunca, coloquei tudo em minha boca, como se tivesse que mostrar que sei perfeitamente fazer e muito bem feito. Naquela hora não sei o que se passava em minha cabeça, as coisas ficaram confusas, será que no fundo estava gostando? Que ódio! Ele estava me machucando, sempre que tinha alguma oportunidade o empurrava querendo fugir ou talvez querendo que ele usasse mais força... Conduzindo-me pelos cabelos fez com que eu ficasse de quatro, gritava agora que ele era mesmo um covarde, colocou meus braços pra trás e me segurou pelos pulsos com uma das mãos, fiquei apoiada em meus joelhos e ombros, completamente dominada, levantou mais minha saia, rasgou minha calcinha como se ela fosse de papel me deixando completamente exposta, naquela posição ele batia forte na minha bunda, deixando as marcas de seus dedos, sempre me fazendo lembrar quem era o homem naquela casa, me rebatendo e xingando com ódio senti que não tinha como escapar, seu único ato de misericórdia foi ter cuspido nas mãos e me lubrificando antes de me penetrar de uma só vez, sem dó nem piedade. Senti uma dor terrivelmente deliciosa, como pode? Meu homem se mostra o mais macho de todos e eu morrendo de tesão não relutava mais, ele tirava e mandava eu pedir pra colocar novamente, enquanto não ouvia um pedido convincente espancava minha bunda, livrou meus braços pra me puxar hora pela cintura hora pelos cabelos, meus pedidos já eram outros, pedia que não parasse e suplicava que me fizesse gozar, ele respondia me penetrando com muita força, enlouquecida e sedenta consegui me virar, alcançar sua boca e beija-lo e como vingança mordia seus lábios enquanto cravava minhas unhas em suas costas fazendo com que ficasse grudado em mim não o deixando mais sair do meu corpo. Gozei histericamente mesmo, muito forte, gritei de prazer, ao me ver em pleno êxtase e ofegante tentando tomar todo o ar possível gozou sobre meu corpo praticamente desfalecido, urrando feito um leão. Exaustos e mais cúmplices do que nunca, ele volta a ser terno, enxuga minhas lágrimas e percebe sem que eu diga que elas nada têm a ver com a dor, sim com o momento mágico que tivemos, nada ensaiado como costuma acontecer com as fantasias que sempre procuramos desenhar e botar em pratica, ainda no chão ele se recostou no sofá me enlaçou em seus braços me deixando descansar em seu peito, lugar que considero meu verdadeiro porto seguro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário